segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sem ver irregularidades na Bancoop, juíza absolve Vaccari e mais quatro réus

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi absolvido nesta quarta-feira (9/11) em ação penal que apontava desvios na Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) quando ele presidiu a entidade. A sentença foi publicada seis anos depois da denúncia, feita em outubro de 2010, e também considerou improcedentes as acusações contra outras quatro pessoas. Vaccari continua réu em outra ação penal sobre o mesmo caso (leia mais abaixo).
Segundo o Ministério Público de São Paulo, antigos representantes da Bancoop “atraíram” e “ludibriaram” 1.126 interessados em comprar unidades habitacionais da cooperativa. Depois de quitado os imóveis, eles passariam a cobrar mais dinheiro como condição para fornecer as escrituras.
Ex-presidente da Bancoop, João Vaccari  ainda responde a outra ação penal em São Paulo e é investigado na "lava jato".
Reprodução
A denúncia dizia que a Bancoop teve R$ 68 milhões desviados, ocultados por meio de diversas movimentações financeiras que impediriam a identificação da origem, entre 1999 e 2009 —período no qual Vaccari foi diretor e presidente da entidade.
De acordo com a juíza Cristina Ribeiro Balbone Costa, da 5ª Vara Criminal de São Paulo, não há nenhuma comprovação da acusação do MP-SP, mas apenas “números aleatórios” que são diferentes na denúncia original, nos aditamentos e nas alegações finais. 
“É certo que juntos conduziram a cooperativa, fizeram empréstimos, contrataram auditoria, descontinuaram obras, celebraram importante acordo com a Promotoria do Consumidor e até mesmo, ao que consta, diversos acordos com cooperados, para devolução das quantias pagas.”
Para ela, porém, “não foi possível concluir houvessem juntos concorrido para a prática de crimes de estelionato e ante a míngua de demonstração da coautoria imputada quanto à prática dos crimes de estelionato, tampouco é possível admitir-se que estivessem eles associados entre si e com terceiras pessoas para praticar crimes, de forma a autorizar o reconhecimento da quadrilha”.
A juíza só viu indícios concretos de desvios em cheques sacados por ex-dirigentes da Bancoop que já morreram. Embora reconheça que Vaccari deveria ter divulgado a desorganização financeira da cooperativa quando assumiu a presidência, não viu comprovação de que ele sabia dos desvios ou tenha prestado contas fraudulentas.